Em 16 de agosto de 1815, em Castelnuovo d’Asti, na Itália, nasce João Melchior Bosco, num pequeno lugarejo, mais precisamente na localidade chamada “Os Becchi”, minúsculo aglomerado de casas de camponeses. Filho de Francesco Luigi e Margherita Occhiena. A família de Dom Bosco era pobre. Muito cedo perdeu o pai, porém Bosco foi educado pela mãe na fé e na prática coerente da mensagem evangélica. Ela era uma profunda conhecedora do catecismo.
Aos 9 anos, Dom Bosco teve um sonho que lhe ficou impresso na memória. Ele entenderia seu real significado somente muitos anos depois. O sentimento da vocação de Dom Bosco manifestou-se precocemente. Desde a idade de cinco anos, ele pensava em reunir meninos para ensinar-lhes o catecismo. Dotado de muitos talentos, já conseguia realizá-lo com algum êxito ao repetir para seus colegas, coisas ouvidas da boca do pároco ou de sua mãe. Ele teve que sair muito cedo de casa para poder estudar e realizar o sonho de ser padre.
Em 1826, Bosco fez a sua primeira comunhão. Aos dezesseis anos passou a frequentar a escola de Castelnuovo D’Asti. Em 30 de outubro de 1835, quando completou vinte anos, ingressou no Seminário de Chieri, sendo ordenado sacerdote aos 26 anos de idade, em 5 de junho de 1841, pelo bispo Luigi Fransoni. Após a ordenação, transferiu-se para Turim.
Depois de sua ordenação, Dom Bosco foi aluno do “Colégio Eclesiástico”, onde tinha dois modelos de santidade sacerdotal: o teólogo Guala, reitor, e o Pe. Cafasso, professor de Moral, também seu diretor espiritual e confessor. Pe. Cafasso, analisando o perfil dos estudantes para depois encaminhá-los com acerto para as pastorais, notou nele algo de extraordinário. Sentia por ele uma grande estima.
Dom Bosco conhecia a realidade social de Turim: chamava sua atenção os muitos jovens que percorriam o caminho da delinquência. Sentia um chamado interior para cuidar deles. Começou a reuni-los com a permissão do arcebispo e do Pe. Cafasso. Porém, várias possibilidades borbulhavam em sua mente acerca das idéias que tinha para viver sua vida sacerdotal. Chegou o tempo de deixar o Colégio Eclesiástico e dedicar-se a uma função ministerial. Pe. Cafasso lhe aconselhou a fazer os Exercícios Espirituais e lhe disse: “deve rezar para que a sua vocação seja bem decidida; na volta vamos conversar”. Retornando, conseguiu exatamente o que desejava em seu coração: continuar trabalhando em favor dos jovens mais pobres. Em 8 de dezembro de 1841, deu início ao seu Oratório festivo, onde dedicou toda a sua vida, até o último respiro, aos jovens, especialmente aos mais carentes e marginalizados.
Com seu estilo educativo e o seu conhecimento pastoral, baseado no Sistema Preventivo – razão, religião e “amorevolezza” (amabilidade) Dom Bosco levava os adolescentes e os jovens à reflexão, ao encontro com Cristo e com os irmãos. Sua opção era fazer dos jovens “bons cristãos e honestos cidadãos”. Grande devoto de Nossa Senhora Auxiliadora, era conhecido como um homem de Deus, de trabalho e de fé. Um padre que tinha uma grande predileção pelos jovens e vontade de salvá-los. Seu lema de vida: “Dai-me almas e ficai com o resto”, ou seja, o que me importa é a juventude.